Cooperativa de catadores prossegue com suas atividades durante a pandemia do novo coronavírus

Cooperativa de Tangará da Serra reforça medidas de segurança para dar continuidade aos trabalhos durante o isolamento social 

Isadora Dias

Apesar das dificuldades enfrentadas em decorrência do vírus da Covid-19, as cooperativas estão reforçando os cuidados na realização do trabalho para que ele continue sendo realizado. A intensificação das medidas de proteção durante a coleta e manejo de resíduos sólidos, feita por parte dos catadores da COOPERTAN – Cooperativa de Produção de Material Reciclável de Tangará da Serra, é um bom exemplo. A cooperativa, criada em 2005, visa congregar trabalhadores da coleta seletiva de materiais reaproveitáveis, para fins de geração de trabalho, renda e preservação do meio ambiente.

A coleta, que é feita diariamente de porta em porta nas casas, permaneceu sendo feita durante o isolamento social, mas agora com as medidas de proteção reforçadas, “já se usava o EPI, agora estamos exigindo o uso da máscara e disponibilizando álcool em gel e sabão para limpeza das mãos”, destaca Maria das Dores de Souza, integrante da COOPERTAN. 

A catadora enfatiza a diminuição da poluição do meio ambiente e a renda de mais de 50 famílias como os objetivos primordiais da coleta dos resíduos sólidos, tanto antes como agora nesse momento difícil de quarentena.

Além disso, alguns efeitos negativos da pandemia estão sendo sentidos pelos trabalhadores da cooperativa. De acordo com Maria das Dores, houve uma diminuição da quantidade de material e queda de 30% da comercialização do valor mensal dos produtos. Dessa forma, o grupo está se mobilizando na medida do possível para que os danos sejam controlados, “estamos tentando controlar para que não fiquemos no vermelho e para que consigamos pagar a distribuição da sobra de todos os cooperados”, declara.

No entanto, mesmo que a cooperativa ainda esteja funcionando de maneira estável e gerando renda, Maria finaliza dizendo que a esperança sempre foi algo presente, mas é preocupante ver tantos trabalhadores brasileiros afetados financeiramente pela pandemia, os quais não estão tendo dinheiro nem sequer para as necessidades básicas, como botar alimento na mesa de suas casas.