Produtores de Tangará da Serra sofrem com os danos econômicos causados pela pandemia da Covid-19 

Isadora Dias

Apesar de já estarmos no mês de setembro, passados sete meses desde do início do Coronavírus no Brasil, a pandemia continua a gerar danos aos pequenos produtores rurais. Os produtores Helena Ferreira Mendanha e Felipe Arlei sofreram com a queda expressiva de 60% em sua produção de pimenta e melancia na propriedade Nossa Senhora Aparecida, localizada no município de Tangará da Serra (251 km de Cuiabá) . “Não está sendo fácil, nossa renda caiu muito,  estamos evitando nos expor nas feiras por sermos do grupo de risco dos diabéticos e hipertensos”, afirma a produtora rural.

Para manter o próprio sustento financeiro, o casal está realizando serviço delivery de alimentos in natura para os locais que costumavam a entregar antes da pandemia, como mercados e frutarias. Eles estão encontrando dificuldades na comercialização dos produtos industrializados por falta de um selo adequado para realizá-la. Os produtores também estão investindo em outros tipos de venda, como a de galinhas e ovos. Helena também afirma que o auxílio emergencial, fornecido pelo Estado, é de grande necessidade atualmente. 

Apesar das dificuldades, a agricultora deixa uma mensagem de esperança e força aos que estão sofrendo com os obstáculos na produção e venda de seus produtos, desejando paciência para encontrar solução aos problemas trazidos pela pandemia. Ela encontra força em sua fé para enfrentar as adversidades do momento atual, “tenho fé em Deus que isso tudo vai acabar e tudo voltará ao normal”, enfatiza Helena. 

 Questionada sobre sua história no ramo da agricultura familiar, Helena e o marido residiam na capital Goiânia quando decidiram se mudar para Tangará da Serra há três anos, visando iniciar os trabalhos de lavoura e venda de produtos nas feiras e mercados do município. Helena diz que começou a plantar pimenta pela bela aparência da especiaria. “Comecei com três ou quatro pés de pimenta, hoje estamos com 28 espécies de pimenta e mais de 4.000 pés”, relembra 

Nos planos pós-pandemia, os agricultores planejam a construção de uma agroindústria para processamento de alimentos industrializados. “Temos planos futuros de industrializar, pois é um mercado que pede bastante pimenta e creio que isso gerará mais resultados futuramente”, finaliza a agricultora.