A Rede de Cooperação Solidária de Mato Grosso (Recoopsol) abrange diversos projetos e tem como objetivo principal o fortalecimento de instâncias da economia solidária com a implantação e fortalecimento dos produtos locais. Alimentos, confecções, artesanatos produzidos por meio de cooperativas da Baixada Cuiabana, Rondonópolis e Tangará da Serra são alguns dos frutos do trabalho dos produtores.
A professora Elizabete Maria da Silva, 51, é pesquisadora da área da Agricultura Familiar e faz parte do projeto Recoopsol. “No projeto assumi o papel de pesquisadora associada da UFMT e minhas abrangências são os fóruns, coletivos de economia solidária e agricultura familiar. Esse trabalho é de organização e fortalecimento dos colegiados”, explica a professora
Os produtores locais ainda encontram dificuldades em consolidar atividades produtivas no Estado. A Economia Solidária atua dessa forma, proporcionando qualificação profissional e a entrada em empreendimentos coletivos. O objetivo é capacitar os produtores a atuar em cooperativa, sem a dependência de atravessadores que interfiram na lucratividade de produtores da agricultura familiar e pescadores profissionais.
“Vejo o projeto, como esses grupos, fortalecerem ao levar informação às comunidades. Além de ajudarem nas gestões das cooperativas, a organização fortalece politicamente e aumenta o ganho dos produtores”, afirma Elizabete.
A professora Josita Correto da Rocha Priante, 70, formada em Filosofia Social, também faz parte da organização dos fóruns na Cooperativa Curimbatá. “Devido a essa experiência, eu e meu esposo Nicolau, que faleceu o ano passado, éramos convidados a falar dessa prática de como montar uma cooperativa e quais as dificuldades”, diz Josita.
Os fóruns são fundamentais para garantir a formação e o conhecimento de participantes de assentamentos de comunidades tradicionais da baixada cuiabana, Rondonópolis e Tangará da Serra. Entre os focos dos debates, estão a gestão da propriedade rural. “Acredito na questão agrícola familiar e nesse empreendimento coletivo de economia solidária. Enxergo como uma fonte de geração de renda para essas organizações e que muitas vezes os agricultores não têm acesso às políticas públicas que são destinadas a eles por falta de conhecimento”, afirma Elizabeth.
Os fóruns unem as cooperativas e têm como objetivo estender a experiência de articulação, discussão, elaboração de projetos e manter os agricultores unidos, para que dessa forma consigam reivindicar seus direitos e necessidades na agricultura familiar e levar essa vivência para os polos de Rondonópolis e Tangará da Serra.