Isadora Dias
Apesar dos impactos econômicos causados pela pandemia da Covid-19, a Associação de Artesãos de Progresso ou Assoarte, prossegue com suas cinco principais atividades de produção em Tangará da Serra (187km de Cuiabá). As atividades são divididas em cinco núcleos que consistem em cerâmica, tecelagem, panificação, plantas ornamentais e agricultura familiar. O Arte da Terra, um dos núcleos que forma a entidade, compreende o grupo de quatro mulheres que produzem vasos de cerâmica para a comercialização. Apenas o Arte da Terra adota o conceito da Economia Solidária, enquanto os outros núcleos comercializam individualmente, apesar da produção feita coletivamente.
Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, a Associação surgiu em 2010 pela necessidade de formalização do trabalho dos núcleos, os quais surgiram após o desejo dos membros de ampliar as formas de produção, “Em 2010, para participarmos de feiras e exposições, não podíamos mais trabalhar de maneira informal”, relembra Rosane Fagundes Kraemer, artesã e membro da Associação. A artesã também recorda que a produção iniciou de forma individual, mas que depois as trabalhadoras perceberam que quando feita coletivamente, ela tornava-se mais rentável para todos. O SENAR também foi o responsável para que as outras formas de produção, além da cerâmica, fossem viáveis e lucrativas.
Atualmente, por decorrência da pandemia e isolamento social, a Associação interrompeu suas suas feiras e exposições, onde seus produtos eram vendidos. Hoje, por dificuldades de funcionamento no espaço público do município, a entidade, em especial o Arte da Terra, tem seu funcionamento em um espaço cedido no quintal da Rosane. O governo do município auxiliou a organização com a compra de fornos, lenha e prateleiras, além do financiamento do transporte para participação de feiras em outros municípios, com o apoio da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. “Estamos comprando um cilindro processador para melhorar nossa matéria prima, esses instrumentos facilitarão o trabalho que se torna mais pesado pela idade avançada das produtoras”, enfatiza Rosane.
No total, há 28 famílias atuando nos cinco núcleos da organização, mas apenas 60% estão atuando ativamente, “os outros estão na Associação, mas encontram outras fontes de renda por não conseguirem sobreviver apenas do artesanato”, explica a artesã. Rosane diz que a loja de plantas, aberta em fevereiro deste ano, está sendo de extrema importância no atual sustento de todos e que a pandemia conteve em partes a comercialização, mas que não a afetou completamente. “Temos produto, temos pessoas, a pandemia freou a produção, mas estamos nos moldando conforme a necessidade”, finaliza.