Mutirão envolve comunidade em prol da agricultura urbana

Bairro Planalto recebeu o primeiro mutirão da Agricultura Urbana com conscientização, coletividade e atividades sobre a agrofloresta 

Isadora Dias

Promovido pelo Projeto Transição Agroecológica da Rede de Cooperação Solidária de Mato Grosso (Recoopsol), o primeiro mutirão de Agricultura Urbana foi realizado nesta terça-feira (17), no Bairro Planalto, região leste de Cuiabá. Após a conversa, foram organizados grupos para realizar a higienização do local. Enquanto um era responsável pela poda das árvores, os outros faziam a capina, manuseio da roçadeira e retirada de entulhos e vidros.

Além do Planalto, participaram moradores dos bairros Eldorado, Dr. Fabio 2, Pedregal, Três Barras, Jardim Vitória, CPA, Jardim União, Araes.

Logo após o fim do almoço compartilhado, uma das organizadoras do mutirão, a engenheira florestal e técnica da Recoopsol, Daiane Oliveira iniciou as atividades da tarde compartilhando o planejamento que levantou uma discussão importante a ser tratada junto a comunidade local que é a necessidade de estudar estratégias para sensibilizar a população para que não utilizem o espaço como depósito de lixo.. Daiane salientou também, os benefícios da Agrofloresta para a comunidade local e a importância das oficinas, consideradas ótimas ferramentas no conhecimento das diversas práticas sustentáveis.

Francisco Sérgio, é engenheiro agrônomo e técnico do Projeto Transição Agroecológica do Recoopsol. Ouça aí!

As atividades exteriores começaram com o transporte do material roçado para a área dos fundos. O objetivo era reunir uma pilha de compostagem, um ingrediente fundamental na produção de adubo. Depois disso, os participantes do mutirão fizeram um dimensionamento das áreas de plantio, com duas linhas práticas para o plantio de feijão guandú e futuramente as espécies frutiferas de interesse do coletivo. Nas ruas, o grupo já realizou o plantio de mandioca, feijão carioca e milho.

Apesar da principal atividade do evento ser a limpeza da área para a construção da agrofloresta, o encontro ainda teve conversas o tenente coronel Franklin Epiphânio da Rede Cidadã da Polícia Militar e a assessoria da deputada federal Rosa Neide (PT), além de uma breve apresentação dos participantes com seus respectivos nomes e bairros.
Para a coordenadora de projetos sociais no Departamento de Assistência Social da Fundação Bom Jesus de Cuiabá Miguelina Sampaio, o projeto fortalece o laço entre os moradores e o espaço da comunidade.

A coordenadora de projetos sociais no Departamento de Assistência Social da Fundação Bom Jesus de Cuiabá Miguelina Sampaio, afirma que o evento contribuiu para a articulação do trabalho em equipe, limpeza e organização do espaço, o qual determina como um bem comum da população. A coordenadora diz que não esperava a presença massiva de residentes dos outros bairros da capital. Além do mais, ela destaca que os sistemas agroflorestais são necessários ao desenvolvimento de uma alimentação segura e saudável, livre de agrotóxicos. “Juntos e juntas podemos cuidar de um espaço sagrado que é a comunidade”, declara.

O morador do bairro Santa Helena, Reginaldo Barata afirma que a etapa do mutirão do Planalto, revelou a necessidade de outros passos em direção à consolidação do sonho da agrofloresta urbana no local onde mora. Ele ressalta que o projeto intensifica a segurança alimentar, a mesa farta, o engajamento e o compromisso coletivo. “Aqui ressalto a importância de estar participando de cada etapa do projeto, que me leva a concluir que mulheres e homens simples, dos meios populares, atuando sob seguras orientações, fazemos da terra o nosso confiável endereço de buscar o bem viver”, salienta. 

Para Reginaldo, o projeto de segurança alimentar é parte de um sonho conjunto pela segurança alimentar.

Reginaldo finaliza dizendo que a agrofloresta foi propulsora de uma maior união do grupo, além de estimular outras pessoas a fazer parte e elemento chave para que a área se tornasse um espaço de produção agrícola. “Acreditamos que posteriormente, o bairro se beneficiará, cumprindo uma das metas que é socializar o projeto com os moradores e colocar o excedente produzido à venda abaixo dos preços de mercado.”, finaliza.

Os benefícios tem fortalecido a luta pelo espaço de produção agrícola no espaço.