Associações mostram a importância do trabalho em conjunto para fazer e vender seus produtos
Lariça Luzia
A criatividade é um dos fatores para se criar um artesanato. Garrafa, sementes e retalhos de pano, que poderiam ser descartados, ganham molde e se transformam em uma bela obra de arte. Compostas em sua grande parte por mulheres, as associações Mãos Talentosas e Poguba, utilizam o artesanato como uma fonte para complementar a renda de muitas famílias.
O artesanato também serve como uma terapia para essas mulheres que trabalham conjuntamente e dividem os gastos com as despesas. “Para nós que somos donas de casa nos ajuda no dia-a-dia, você não fica todo tempo em casa, sai e tem oportunidade de fazer algo para ajudar o próximo”, relata Maria Aparecida, integrante da associação Mãos Talentosas.
Atualmente, as artesãs relatam algumas dificuldades enfrentadas, como o preço da matéria prima para fazer o artesanato e, em alguns casos, a desvalorização dos produtos. O valor do artesanato passa pelos gastos com tinta, massa de modelar que resulta em um preço justo, quando comparado com gastos de produção.
As mulheres da associação usam de forma consciente cada item de matéria prima, reutilizando toda a parte das sobras ou descartando de forma adequada para não prejudicar o meio ambiente. Outro item fundamental na produção dos artesanatos é a solidariedade como base das associações. “Consideramos um grupo unido e temos uma frase que é ‘juntos somos mais fortes’, que uma vai cooperar com a outra e todas as dificuldades que encontramos vamos sentar e conversar e procurar um meio [para resolver]”, afirma a Presidente das Mãos Talentosas, Estela Barbosa Dias.
O trabalho conjunto é parte do cotidiano das associações e assim crescem e vendem juntos seus produtos. A associação Poguba é um exemplo disso, que reúne a força das mulheres e encontra na divisão do trabalho, uma saída para encontrar novos rumos. As artesãs têm uma loja e pagam o aluguel para a Prefeitura em forma de curso de artesanatos, colocam seus produtos à venda e dividem para que cada dia uma cuide da loja e comercialize os produtos de todas associadas.
Dirce Pereira Velina, vice-presidente da Associação Poguba, conta a importância de ainda fazer parte da associação e de manter ações conjuntas. “Para mim é um orgulho, pois eu sou a única fundadora que existe atualmente”, destaca a vice-presidente.
As associações, Mãos Talentosa e Poguba, fazem parte da Rede de Economia Solidaria (Recoopsol) e atuam nas cidades de Rondonópolis e Pedra Preta desenvolvendo e vendendo seus produtos.