Frutaria de Tangará da Serra sofre más consequências financeiras em decorrência da Covid-19
Isadora Dias
Os empreendimentos da agricultura familiar continuam a sofrer grandes danos econômicos em decorrência da pandemia da Covid-19. A Frutaria Moura, localizada no município de Tangará da Serra (256km de Cuiabá), é um deles. A perda da produção foi intensa e iniciou em janeiro com a colheita das goiabas, depois disso, a feira do produtor foi fechada e a venda dos mercados foram caindo gradualmente. “Eu saía para vender na rua, mas com a pandemia tudo parou e as vendas foram bem poucas. Esse ano tá sendo difícil, pois a safra que eu esperava era para o ano todo”, relembra Joselma, agricultora e dona da frutaria.
Um freezer foi adquirido para estocar corretamente as goiabas e a produtora afirma que está preparando uma nova produção para a safra que vem, a qual começará em outubro e será vendida em novembro. Atualmente, as feiras, que ocorriam quatro vezes na semana e onde os produtos da frutaria eram vendidos, tiveram uma redução de mais da metade da demanda. “Ano passado eu levava dez caixas e se eu trazia uma era muito, hoje eu levo dez e estou voltando com cinco”, enfatiza Joselma.
A água disponível para a produção dos alimentos é um problema, visto que no Vale do Sol I, lugar onde a frutaria se localiza, tem apenas um poço artesiano para o uso de mais de 30 pessoas. A pouca divulgação das feiras e o desperdício de alimentos, causado pelo pouco fornecimento, tornaram-se grandes problemas também. Contudo, Joselma está realizando doações do contingente não vendido para asilos e creches que necessitam.
A produtora também diz que o pequeno agricultor necessita de um planejamento de produção, venda, trabalho de forma geral e gastos, para que o reerguimento econômico pós-pandemia seja mais próspero. Além do mais, é evidente que o estado de Mato Grosso ainda está com a curva de contágio do coronavírus de forma ascendente, portanto, a produtora teme que a situação financeira provavelmente piore.
Diante das dificuldades encontradas, o delivery de cestas de alimentos e a redução de gastos próprias foram as estratégias de sobrevivência financeira encontradas. “Esse ano não tive lucro, só prejuízo, agora que tudo está começando a andar devargar”, finaliza Joselma.