Cristóvão Almeida
Clóvis Vailant, Oscar Zalla Sampaio Neto, Bruna Nunes da Cunha e Solène Tricaud, integrantes do Programa Rede de Economia Solidária de Mato Grosso (Recoopsol), em parceria com pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) publicaram no Boletim semestral do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o artigo intitulado: “Extensão universitária, economia solidária e geração de oportunidades no contexto da Covid-19”.
O artigo relata três experiências exitosas de economia solidária que contam com o apoio de instituições de ensino nas regiões centro-oeste, sudeste e nordeste. As atividades extensionistas envolvem o trabalho coletivo de empreendedores sociais, associações, cooperativas, na perspectiva do bem comum e na mudança de comportamento. As experiências demonstram a necessidade de estabelecer parcerias, com o poder público local, “seja para fomentar novas oportunidades de atuação produtiva a partir de demandas específicas de combate à epidemia, seja para assessorar grupos já formados para se adequarem às novas dinâmicas de comercialização em tempos de isolamento social, sem deixarem de se ater a outras necessidades emergenciais que afetam as populações envolvidas”, esclarecem os pesquisadores.
A primeira experiência, trata-se do Programa Redes de Comercialização Solidária, elaborado em 2013 e em execução a partir de 2015, desenvolvido por docentes, discentes e técnicos da UFMT, em parceria com outras instituições de ensino, com o movimento estadual de economia solidária, Fóruns territoriais e agricultura familiar em três regiões do estado de Mato Grosso: Baixada Cuiabana, Região do Alto Paraguai e Regional Sul. A proposta visa criar, ampliar e fortalecer as instâncias de economia solidária e redes de cooperação com foco na comercialização de produtos da agricultura familiar com origem da produção em comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas e famílias assentadas da reforma agrária. Para enfrentar as dificuldades impostas pela covid-19, a alternativa foi reforçar as iniciativas de comercialização direta, com uso de aplicativos de comunicação e de comercialização. O aplicativo está no Google Play Store: https://bit.ly/38gCqrI ou clique no link e assista à demonstração: https://youtu.be/5INF1hnd5ss
A segunda experiência é o Programa “IFPB Solidário”. Trata-se de uma iniciativa da comunidade acadêmica, instituições, organizações sociais que se articulam em torno da economia solidária e da educação popular, visando atender às pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo estudantes do próprio IFPB, imigrantes, pessoas em situação de rua, catadores de materiais recicláveis, população LGBTQI+, quilombolas, trabalhadores rurais e urbanos de baixa renda. Uma das ações que compõem “IFPB Solidário” é a rede colaborativa de costureiras no município de Pedras de Fogo, estado da Paraíba. Na localidade possui diversas associações que comportam mulheres urbanas e rurais que trabalham coletivamente nos setores de agricultura, artesanato e costura. As costureiras, durante a pandemia, estão engajadas na produção de máscaras faciais de tecido para atender à demanda dos equipamentos de saúde e socioassistenciais do município e do entorno.
O Núcleo de Extensão e Pesquisa em Economia Solidária, Criativa e Cidadania da Unesp, realiza em parceria com a prefeitura, ações para mitigar os efeitos da pandemia na vida da população mais vulnerável do município de Araraquara, com a produção de alimentos e de máscaras. Para garantir a produção de alimentos foram criadas mais de trinta hortas, em quintais de residências, nas escolas e nas moradias estudantis nos campi da Unesp.
O artigo pode ser lido no link https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/mercadodetrabalho/200724_bmt_69_es_A3_A1_extensao_universitaria.pdf
