Parceria entre Recoopsol e OPAN vai levar 5 mil máscaras a comunidades indígenas de MT

As máscaras 100% algodão estão sendo produzidas pelos grupos de costureiras Flores do Cerrado e Tecevidas

Texto: Isadora Dias
Produção: Cristóvão Almeida

Uma parceria entre a Rede de Cooperação Solidária de Mato Grosso (Recoopsol) e a Operação Amazônia Nativa (OPAN) vai levar cinco mil máscaras às comunidades indígenas do estado. As máscaras 100% algodão com as normativas do Ministério da Saúde e especialistas da área estão sendo produzidas pelos grupos Flores do Cerrado e Tecevidas no Centro Referência de Desenvolvimento Humano do Bairro Planalto em Cuiabá. A Articulação dos Povos Indígenas acompanha a situação da pandemia e manifesta preocupação, principalmente pelo número de casos da Covid-19 na Amazônia já chegou a 18 povos.

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“Sabemos que as máscaras auxiliam muito no combate ao coronavírus, e é uma demanda muito grande dos indígenas e dos profissionais de saúde que atendem essas populações”, destaca a indigenista da Operação Amazonia Nativa, Tarsila dos Reis Menezes argumenta que a preocupação surgiu pela própria questão de saúde dos indígenas neste período.

Para o coordenador do Recoopsol, Oscar Zalla Sampaio Neto, a parceria uniu tanto as mulheres que necessitam da comercialização das máscaras para sua renda, como a necessidade dos indígenas na proteção contra o vírus. “Essa é uma atuação em rede que expressa a economia solidária, integrando a OPAN e as costureiras, gerando renda pra elas e cuidados para as comunidades indígenas no interior, argumenta o coordenador.

A coordenadora de projetos sociais do Departamento de Assistência Social da Fundação Bom Jesus de Cuiabá, Miguelina Sampaio explica que a produção teve início após uma série de pedidos durante a quarentena. “Logo que iniciou esse surto, a gente começou a receber vários pedidos de conhecidos nossos, gente que trabalhava na saúde. Aí perguntaram se a gente queria ser voluntário, aí a gente foi fazendo”, destaca.

O grupo Flores do Cerrado nasceu há mais de três anos e é constituído por mulheres de bairros como Altos da Serra, Jardim Itamarati, Planalto e Sol Nascente. Surgiu a partir de cursos de formação fornecidos pelo Centro de Formação em Economia Solidária em parceria com Associação Resgatando Cidadania, Rede Cidadã e Fundação Bom Jesus de Cuiabá. 

O objetivo, que segue os valores da economia solidária é contribuir para uma maior renda e autonomia financeira dessas mulheres. Já o grupo TECEVIDAS nasceu no bairro Três Barras, da iniciativa de mulheres com a fabricação de pães de mel e bombons, os quais foram substituídos pela confecção de roupas íntimas, camisetas e bolsas de algodão cru.