“Lutas, Protagonismo e Autonomia” foram temas do Seminário Mulheres Indígenas na UFMT

Cerca de 120 pessoas participaram do evento

Texto: Davi Vittorazzi
Fotos: Juliana Segóvia/OPAN

Com o tema “Lutas, Protagonismo e Autonomia”, o Seminário que discutiu a perspectiva indígena feminina durante os dias 3 e 4 de fevereiro no Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Na ocasião foram feitas palestras, rodas de conversas e mesas de discussões. Indígenas de diversas etnias e a comunidade acadêmica participaram do encontro. 

Uma roda de conversa com a indígena boliviana Julieta Paredes da etnia Aymara, que discutiu o conceito de “feminismo comunitário” deu a abertura para o primeiro dia do encontro (3/02) no período vespertino. 

A Conferência de Abertura aconteceu no período da noite, participaram Telma Taurepang da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), Eloênia Boe Bororo da Organização das Mulheres Indígenas de Mato Grosso (Takiná) e Célia Xacriabá, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). A preservação dos conhecimentos tradicionais, as ameaças que estão sofrendo os povos originários, os meios de atuação dos órgãos de proteção e preservação indígena foram destaques abordados pelos conferencistas no evento.

No última dia do evento (4), a primeira mesa pela manhã abordou o tema “Mulheres indígenas e questões de gêneros”. Participaram da mesa Julieta Paredes, Linda Terena, professora indígena e doutora em antropologia e Kaiulu Yawalapiti Kamaiurá, da Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas, coordenado por Naine Terena. 

O Seminário encerrou com a mesa 2, no período da tarde, que contou com a presença de Nurit Bensusan que detalhou sobre as atividades desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho de Gênero criado pelo Instituto Socioambiental (ISA).  Debateu-se o papel das organizações indigenistas e as questões de gêneros dentro dessas instituições. Angela Sacchi, pós-doutora em antropologia, discutiu sobre a relação entre as agendas das mulheres indígenas e o indigenismo. Catiúscia Souza, indigenista, apresentou o histórico de trabalho da OPAN junto às mulheres indígenas de Mato Grosso e do Amazonas. A mesa foi coordenada pela Tipuici Manoki, professora indígena e graduada em ciências sociais.

A organização do evento foi composta pela Operação Amazônia Nativa (OPAN), projeto Berço das Águas e pela Rede Juruena Vivo. Além disso, outros parceiros envolvidos são a Rede de Cooperação Solidária de Mato Grosso (Recoopsol) e Embaixada da Noruega.